terça-feira, 16 de março de 2010

BeM Me QueR, MalMeQuEr . . .



Decidi procurar o mar para acalmar a minha alma, estou a precisar . . .
Eu corro, eu luto, eu sobrevivo, sou um carneiro, amo a luta, mas não tenho paciência, sou impulsiva, então eu corro, mas hoje preciso de encontrar serenidade. . . Busco-a no teu olhar, esse olhar dócil e meigo, mas hoje estou privada dele. . . procuro então a acalmia no sussurrar das ondas do mar.
Sento-me na rocha dura e fria e revejo a minha vida.
Dou por mim numa viagem ao tempo e quando olho em frente não vejo no horizonte o sol a brilhar, não! Vejo . . vejo-me a mim há muitos anos atrás . .
Com aquele sorriso aberto e sincero! Com o olhar brilhante, cheio de esperança. . . com uma força indescritível de quem acredita ser capaz, de quem sabe que consegue enfrentar o que o futuro lhe reserva.
Subitamente vejo-a a olhar para mim e sinto que questiona para onde foi toda aquela força que albergava! Sinto-me triste e envergonhada, será que me decepcionei a mim mesma? Será que aquilo que sou hoje não é a resposta das minhas expectativas?
O meu olhar fica enevoado e subitamente uma lágrima fugidia, esquiva-se e desliza pelo meu rosto fora. . .
Quando volto a levantar o olhar vejo novamente a criança alegre e despreocupada à minha frente e sinto saudades . . . sim, eu sinto saudades!!
Fecho os olhos e analiso o turbilhão de sentimentos que me invadiram a alma e alcanço a energia que cá dentro se forma. Agarro nela e levanto-me! Respiro fundo, sinto a brisa do mar entrar, apertar-me a garganta, invadir-me os pulmões, e renovar a minha alma, então eu sorrio. . .


Tento rever a corrida que aqui me trouxe hoje e descubro que não sou fácil!
Sim, agora compreendo, tento ir tão depressa que atropelo quem mais gosto sem sequer me aperceber! Magoei quando queria acariciar, coloquei dor nas palavras . . . sim errei!
É verdade, eu mudei! Ainda há em mim pedaços daquela criança que há pouco me olhava, mas estou diferente, a vida fez questão de me moldar ao longo destes anos, então essa criança construiu defesas, muralhas fortificadas por sentimentos de refúgio.
Sim, eu sei tu não tens culpa, no entanto tive medo. . . por um instante tive medo!
Compreendo agora as palavras que me disseste, compreendo agora que não posso correr para não magoar quando o que eu quero é Amar!
Tenho de aprender a caminhar e espero não ser tarde demais para te pedir que me ensines. . . a ler o teu olhar, decifrar o teu falar, porque é ao teu lado que eu quero estar!

4 comentários:

Anónimo disse...

bela escolha de palavras
se foi do fundo da tua alma está um espectaculo!
gostei, parabens

beijo*

Unknown disse...

A crinaça está em ti, mas, realmente como disseste "com uma muralha de defesas, contra as contrariedades da vida".
Muito bom, parar para reaprender e libertar todas as más energias que se foram apoderando da tão bela, inteligente e "crescida" criança.
muito bem, contente com as palavras... xis muitos

Heartbeat disse...

Foi a minha primeira vez aqui e tenho a dizer que gostei muito!! Voltarei...

http://me-and-my-heartbeats.blogspot.com/

Lexana disse...

Obrigado :) Espero que voltes :) é sempre bom saber que alguem lê o que nos vai na alma, que não são apenas gritos mudos :D